Um olho. Outro olho. Talvez os dois...3:30! Talvez nenhum. Um silvo interrompe a noite. A noite dialoga com o silêncio. O silêncio se sente sozinho, e, timidamente, anuncia sua partida. O sol sorri, o relógio não. Banho. Café com livro pão com meia. Rua. Abraços, beijos recomendações...relógio. Relógio! Reta, reta, reta, reta, curva, relógio. Morro que desce, morro que sobe, viaduto, relógio. Rua que cruza, rua que roda, semáforo...faixa. Carros buzinas, passos pessoas. Conveniências. De repente, silêncio. Pés juntos e mãos estendidas. Cabeça cheia e barriga vazia. Olhos, negros. Negros como a própria penumbra, olhos como tristes lamentos. Pessoas. Buzinas, carros e passos. Chegada, relógio...relógio. Alívio. Sala. Amigos, abraços, sorrisos. Esperança. Lapiseira, borracha, caneta, livros. Cadeira quebrada, dor nas costas. Frio, fome, fim. Casa, almoço, conforto. Descanso...relógio! Livros, apostilas, cadernos, lapiseira, borracha, caneta. Dádiva do presente. Entardecer, noite, pausa. Jantar, família! Banheiro. Pia, vaso, chuveiro. Quarto, cama, foto. Saudades. Telefone, meu amor. Sono, relógio...Relógio! Despedidas, carinhos, trivialidades. Inspiração. Música, violão. Samba-canção. Travesseiro, sonho. Imensidão.
Um olhar.
Pedro Lança Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário