Acordei
e, de repente… Lembro-me de alguns sonhos, alguns papéis, algumas lágrimas e só!
O mundo é outro e eu o mesmo mundinho de
sempre. Sabe, se eu fosse escrever minha vida algum dia, teria poucas páginas:
primeiro porque não me lembro de muita coisa, segundo porque me importo com
pouco do que lembro. Mas, vez ou outra, talvez uma história valha a pena
contar.
Capitulo 1 – Tempo
Sou
rocha, e minhas palavras ondas do mar. Algo de alguám perdido nas próprias memórias.
Eram
cinco horas da manhã e as coisas voavam aleatórias por entre os
dedos. As nuvens dançavam os olhos que faziam círculos no infinito do céu da
boca do estômago… E nunca entendi por que raios acordei com as mãos babadas e o
queixo dolorido, feito uma criança que tenta engolir a propria cabeça! Sem
despertador ou luz, e nenhuma vontade de pedir mais cinco minutos! Os sonhos perdem
o significado quando estão sendo realizados.
Era
uma madrugada monótona de junho. Não havia nada que a fizesse parecer mais
especial. Porém, a garoa era lenta, o vento era triste e o céu, saudoso. Nao é o mundo que muda, somo nós. Era momento de
falar o minimo e fazer tudo o que não faria sentido mais tarde! Muito carinho e
cuidado, poucas lágrimas, tanto adeus, tanto… que não tinha mais
despedidas.
A
força contrária à distância é a esperança,
o que alimenta a alma é a fé e o que
sustenta os passos é o amor. O maior
desses continua sendo o amor. Repetir mentiras para que todos também mintam
para si e algo confortante, mas hora ou outra a verdade vem à tona. Dormi, acordei,
dormi, sonhei que acordei, e acordei dormindo. Fora tão pouco tempo… parecia só
mais um sonho.
Pedro Lança Gomes
Pedro Lança Gomes
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