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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O passo adiante

Acordei, e já era a chuva de dezembro que amansava as folhas da mesma castanheira. Suas raízes, cansadas, ainda sustentam em galhos fortes e vivos novas folhas e manhãs. Queria eu também um belo ninho em seus ramos… repousaria os olhos em sombra fresca e a alma alimentaria-se do mais puro fôlego da vida.

Não ando à busca de motivos, mas de palavras. Já tenho em mente e coração centenas de discursos inflamados e desconexos - em ideias que se perdem antes mesmo de encontrar um sentido. Porém, vem todas de encontro ao mesmo propósito e anseio, revelando à alma dizeres de muita esperança e fé: os ventos trouxeram dos céus semente guardada pelo Pai.

Pobre do homem que busca o amor com seus próprios passos, pois mais fácil seria pisá-lo em sua ignorância que reconhecer algo que jamais compreendeu. Deus sopra vida em almas já mortificadas pela dor, e somente após amanhar, caprichosamente, entende-se o que tem nas mãos para cultivar. Cresce então, com extraordinária delicadeza, a realização de um sonho a dois.

Sabe-se lá o por que de um dizer singelo carregar, para uns, sentimentos ora confusos, ora extremamente claros, que crescem e minguam, que nascem e morrem, que chegam e partem. Para mim, no entanto, sempre teve a mesma leveza da vida através da paz de Cristo Jesus. Se olhos se encontram, se mãos se entendem, se passos se unem, não há mais o que tentar expressar. Não há mais o que tentar dizer.

Amo você!


Casa-se comigo?





Pedro Lança Gomes, 31 de Dezembro de 2015.