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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Homenagem a uma verdadeira mestra




Impressões são apenas mais uma prova de que as pessoas tem muito mais a oferecer do que elas mesmas imaginam. Ao nos encontrarmos pela primeira vez, pensamos ter conhecido mais uma professora: boa ou ruim; justa ou ignorante; honesta ou picareta; empenhada ou indiferente...  para a maioria não tínhamos resposta, mas com certeza mostrava ser dona de um bom humor incontestável! Não conquistamos a sua simpatia logo de cara, mas ela, sem se dar conta, já nos havia cativado!

Há pessoas que vivem para lembrar aos outros o quanto acham que são grandiosas, há ainda quem se iluda com a falsa ideia de que são melhores do que outros. A senhora, Luciana, constrange-nos com sua humildade, surpreende-nos com sua simplicidade, ensina-nos com a sua gentileza. A elegância é tanta, que há até os que esbocem uma paixão comportada... Logo a senhora, tão genial, tão brilhante, com mais motivos do que qualquer um aqui para se gabar, trata-nos com equidade e nos ouve como quem escuta um amigo. Sem dúvida fora essa nossa maior lição.

E, enquanto vemos tantos reclamando por tão pouco, a senhora nos da outra lição: Independentemente da adversidade que esteja vivendo, carrega no rosto o sorriso de quem nunca desiste, e, vez ou outra, quando não há palavras para expressar, deixa que as lágrimas sejam tão sinceras quanto precisem ser. Sua vida é também, para todos os que talvez se esqueçam, um exemplo de amor!

Dizer que nos espelhamos na senhora é pretensão da nossa parte; dizer que a admiramos é redundância; dizer que gostamos da senhora é muito pouco; dizer que sentiremos saudades é muito óbvio... Bom diante de tanta dificuldade com as palavras, queremos, no mínimo, nos despedir com nosso mais sincero muito obrigado: por sua dedicação, carinho, compreensão, amizade... Enfim, teremos contigo uma eterna dívida de gratidão!



À professora Luciana Gazzola, com carinho.



Pedro Lança Gomes 


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Musa das galáxias

Acontece que, de todos os momentos,
De todas as palavras, vãs e tardias,
A cada pensamento, longo e insensato,
Foram beijos, lágrimas, heresias...

E ao sonho do teu luar
Adormecem os meus anseios,
Novos, cheios, pobres estrelas cadentes,
Cismam jurar aos céus devaneios!

Caem pela paz em teus olhos!
Descobrem sua nudez, constrangidas,
Menor que teu sorriso!

Tímidas, correm ao teu encontro.
Deixam a vida plenilúnia do firmamento
Para buscar em ti, enfim, a completude...




Pedro Lança Gomes, naqueles momentos em que estudar, definitivamente, não é uma prioridade... rs

domingo, 25 de agosto de 2013

Ao deitar-se


É, pequena, foi-se o toque!
Pensou-se ser o enfoque
Das mãos que debandavam por ali.

O norte que buscava dividir,
Chegou-se aos sonhos ao sorrir:
Um suspiro breve, três cochichos...

Entre olhos e arrepios, lábios cheios.
Sentem-se só os seios sem o afago de um beijo.
Caminhos soltos, esses, perdidos em dois céus!

Adapte-me ao teu douillette meus vœux,
Que a língua já não fala por si.
Perdeu-se...!

E em toda lua, em toda noite nua,
Escorrem nos lençóis os pés trocados,
Ouve-se as brisas, que escoam tenras

É o calor que invade os ventres teus,
O mesmo que o amor enterra aos prantos meus
Bem fundo, no peito aconchegado de insossegos,
Na mente encerrada de desejos,
A voz infundada de prazer...

E o toque... Ah, o toque!
Esse é sincero como a flor,
Que nasce em esmero e sem pudor,
No jardim insaciável do meu coração!



Pedro Lança Gomes

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Declarações



Pequena, é assim que te vejo:
Bela, como a manhã das flores
Louca, como quem sabe amar
Frágil, como dois olhos prestes a chorar

Leve, como a areia beira-mar
Misteriosa, como o segredo da vida
Valiosa, como a felicidade
Sonhadora, como a liberdade

Saudosa, como a infância
Precisa, como um passo
Decidida, como uma flecha que abandona o arco

Não engole a lágrima
Não entala a alma

É obra do Deus que fez o sol

Luíza, como a luz que sempre deveria ser
Resplandece em tudo o que puder tocar
Depois descansa, delicadamente espera
O dia no qual o sol será o seu lugar.



Pedro Lança Gomes

domingo, 16 de junho de 2013

Lágrimas de despedida





O tempo diz muito a respeito dos sentimentos, a distância, mais ainda. Isso por um motivo bem simples: enquanto o tempo traz a falta, a distância traz a saudade.

A ausência de expectativas relacionadas ao encontro torna tudo sempre muito doloroso. Na medida em que as recordações suaves e a nostalgia começam a dar nomes aos suspiros, o que era um desconforto passa a tomar proporções melancólicas e que beiram a angústia. Surge então uma lacuna factual e afincada ao pensamento. Esta pode parar de crescer, mas nunca de incomodar. Tal espaço só pode ser preenchido de duas maneiras: a primeira, com o que originalmente o ocupava; a segunda, com a substituição de algo que o ocupe de forma semelhante. Sendo assim, muitos encontram uma forma de se completar, embora sempre vá existir os que não o farão ou jamais conseguirão.

Segundo Freud, o que não vira palavra vira sintoma. Talvez o que não vire saudade, vire palavra. Muito do que é escrito a respeito de tal sentimento pode ser acepcionado de maneira diferente por cada indivíduo. Ora compreensível, ora non sense, mas sempre dizendo muito mais do que pode expressar: assim é a palavra do que espera.

Laços rompidos, ou desfeitos, entre pessoas podem ter as mais variadas conotações: para uma jovem que terminou seu namoro recentemente, o sentido é algo entre a solidão e a dor da separação; para um senhor de 70 anos que perdeu a esposa, algo como perder mais da metade de si; para o que perde um amigo, um choro sem ombro; para o que perde a mãe, um muito obrigado que não pode mais ser ouvido; para quem perde um filho, algo que  não pode simplesmente ser descrito. São resultados de incansáveis permutações que nos levam a viver não por nos mesmos, mas pelo que significamos e pelo que significam para nós.

Por outro lado, existem as memórias deixadas por todas essas pessoas que nos são caras, e é através delas que a saudade passa a se tornar gratidão: pelos sorrisos, lágrimas, suspiros, sonhos, histórias, aprendizados, inspirações e tudo quanto possa ser agradecido. E, enquanto houver lembranças, não haverá o que nos faça pensar que viver não tenha valido a pena.

Graças à esperança, o que nos une em sinceridade à alguém pode dar a volta ao mundo, pois os laços são longos, e o amor é forte.



Pedro Lança Gomes