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domingo, 11 de maio de 2014

Não sei quem és

Passou e, de repente, silêncio. Dos lábios, nem as expressões! Calou tão profundo que talvez jamais recupere as palavras. Como em um poema, despedaçou as horas que contava: Parou no centro. Prendi o ar.

Se não te pertencem a mente e o coração, não cabe em uma vida estar só. O mundo é pequeno demais para um e grande o suficiente para dois. Como em uma sentença, condenou-me a amar.

Ora, que bela sentença a vida nos da! Tivesse ela ao menos o bom senso de explicar por qual alma o tempo deve parar. Já parou de desgosto pelos passos perdidos dados, de loucura pelos vários sorrisos cansados, de preguiça por tantos palpites errados. De tanto amar ao contrario, parou de parar.

Mas parou ao te ver. Parou os dias, parou a chuva, parou a Bahia, parou o carnaval, parou a guerra, parou o Oriente, parou a morte, parou a sorte, parou o presente. Parou o sono, virou o sonho, cresceu o sol, criou o tempo. Uma lagrima, duas, três... Quatro sorrisos.

Preso em palavras está tudo o que poderia ser dito de ti, mas não podem ser faladas, escritas ou cantadas: São elas vividas a cada por do sol ao teu lado, quando a vida vem, mansinha, enfeitar o céu com esperança.

E se os olhos se estranham, é talvez porque não se encontram. Mas o intento é demonstrar, já que a vida não explica mesmo...



Pedro Lança Gomes
(E a noite mais mal dormida de agosto!)






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